sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Cronica. Parte I


A jovem motorista.

Eu estava voltando de São Paulo, em direção ao interior pela rodovia Castelo Branco, aproximadamente no quilometro trezentos e quarenta e três quando uma camionete esquisita avistei.
A camionete dançava na pista, fazia zig_zag sem parar, para suas rodas, as curvas mais pareciam labirintos.
O movimento na rodovia estava muito tranqüilo, o que raramente acontece na Castelo. Talvez por isso, a engraçadinha da camionete estava se engraçando, e parecia ser pra mim.
Depois de ficar um tempo observando, achei que estava na hora de tomar uma atitude, antes que aquela brincadeira se tornasse uma tragédia.
O mais bizarro disso tudo, foi que eu não pensei que alguém estava na direção do carro, eu juro! Não tinha me tocado que a camionete não poderia andar sozinha, era óbvio que alguém a dirigia.
Como num súbito, me toquei, foi aí então que eu acelerei, precisava de qualquer maneira aquele carro maluco alcançar, embora imaginasse que pelas atitudes deveria ser mais um jovem entre tantos que acham que velocidade e direção combinam, sem pensar nas conseqüências.
Quando acelerei, percebi que o carro acelerou ainda mais, eram dois carros a 160 quilômetros por hora, um perigo. Então pensei; Meu DEUS eu preciso parar! Mas não podia fazer isto sem que ela parasse de correr também. Começamos a dançar, e o pior o motorista estava se divertindo com a situação, enquanto que pra mim, aquilo tudo era o cumulo da irresponsabilidade.
Logo começamos a dançar pela rodovia juntos, a camionete estava carregada de laranjas, que logo começaram a despencar, uma por uma, na minha direção, era perigoso eu bem que sabia, mas mesmo assim fiquei viajando também em pensamentos com o que via, sincronia perfeita, digna de uma bela foto, mas não tinha tempo pra pegar a câmera e já tava perdendo tempo demais pensando em coisa boba como esta.
Decidi acelerar de verdade, logo cheguei á 180 quilômetros, alcancei, senti-me invencível, mas assim que observei a camionete me senti derrotada, de 180 fui a 60 num súbito pasmei, no volante estava uma senhora de aproximadamente uns 80 anos sem exageros, ela parecia um adolescente nas atitudes e um maracujá murcho na aparência, com isso me choquei. Mas eu não podia poupá-la só pela idade que aparentava ter, era necessário que ela parasse de correr, logo recuperei o fôlego.
Mas a velhinha era audaciosa e nem um pouco medrosa, logo que percebeu minha aproximação, tacou uma laranja dentro do meu carro, pois o vidro estava aberto, alem de ser irresponsável, idosa, ela era boa de mira, deve ter deixado no mínimo meu dente molengo, eu sou jovem, mas não tenho a experiência que ela tinha não, até tentei. Eu revidei, boa mira a minha! Mal acertou o vidro, motivo de sarro para a velhinha. Não tinha alternativa senão lutar contra o vento e gritar, eu gritei muito, até quase ficar rouca enquanto a velha filha do chapéu ria da minha cara. Eu já estava no auge da minha raiva enquanto ela se divertia comigo.
Quando eu fui cometer uma besteira e jogar o carro em cima dela, ela jogou primeiro só que em uma curva, a velhinha se foi em outra direção, eu quase fui atrás dela, como pode provocar e ainda sair vencida.
Ah! Fiquei pinicando de raiva, mas ao menos uma praga lhe roguei.
Tomara que essa velha perca a dentadura no vento, pra não tirar sarro mais da cara dos outros.
Do jeito que a velha era jovenzinha não duvido nada que não possa ser até mesmo os seus dentes de leite.



Rute Oliveira.

2 comentários:

  1. Mas que velhinha danada, hein?! Vou ser igual a ela, posso sentir isso KKKKKKKKKKK

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  2. Pelo que conheço de você amiga, será mesmo...Dona Ofray é terrivel

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Não sigo rótulos e não tenho clichês, sou menina meio moleca, forte, sarcástica e com um lado meio poeta.