domingo, 27 de março de 2011

A libertação da mariposa



A cidade estava vazia, silenciosa quando eu decidi andar pela avenida iluminada, e sombria.
Com o coração cheio de tristezas segui rumo ao nada, tendo em vista apenas a calçada.
Entre vitrines e vitrines uma me chamou a atenção, nesta tinha uma mariposa que parecia estar ali para enfeitar. Até então nunca tinha visto bijuterias que tem como tema este inseto.
Parei e observei cada detalhe, desde os seus olhos até sua calda, mas a perfeição de detalhes me chamou atenção de um modo diferente, perfeição demais para ser feito pela mão do homem.
Bati no vidro e nada aconteceu, pensei ser inocência da minha parte crer que a mariposa da vitrine era de verdade. Mesmo assim tornei a bater, tinha a impressão de que seus pequenos chifrinhos moveram-se, porem sua calda continuava imóvel, acreditei por um momento que ela estava presa na vitrine, bati, embacei o vidro e nada. Logo
Percebi que as poucas pessoas que por ali passavam me olhavam com estranhamento, resolvi ir embora, mas após ter andado um pouco não agüentei e voltei.
Frente à mariposa eu fiquei (Ela tinha lindos olhos) bati com muita força no vidro, e vi que pela primeira vez suas patinhas ganharam movimento, ela tentou com uma patinha me pegar. Bati mais forte e ela conseguiu mais uma patinha soltar.
Impulsionada pelo resultado tornei a bater, então ela se libertou da vitrine.
Ela estava aparentemente tão abatida que meu coração se abateu, não agüentando a emoção comecei a chorar, libertei da solidão um bichinho que estava condenado a morrer e não a enfeitar.



Rute Oliveira.

terça-feira, 22 de março de 2011

A vida da Corcunda.


Carolina sempre foi uma criança diferente, não apenas pelo fato de ter uma corcunda, mas por que sempre preferiu estar só, passava a maior parte do seu tempo, conversando com os animais e evitando todas as pessoas que tentavam se aproximar dela.
Nascera no sitio, sobre os cuidados de uma parteira, e seus pais nunca tiveram condições de levá-la a um médico, para consultar suas costas.
Era um sacrifício para a menina conviver com aquilo, dormia de lado para não machucar, quando teve que ir a escola, o sofrimento aumentou ainda mais, por que foi deixada de lado por todos até mesmo a professora a rejeitava, ela era de fato uma criança desprovida de beleza, com olhos castanhos que brilhavam fortemente, mas que se comparado a sua corcunda tornava-se opaco.
Ela se dedicava aos estudos, sentava-se na ultima carteira, e quando todos saiam para o recreio continuava na sala a estudar.
Não apenas seus olhos brilhavam, mas no coração simples uma sombra de esperança queria ver o sol a todo custo, cresceu e passou a ter livros e cadernos como companheiros fieis, contava versos e poemas, para as galinhas vacas, e todo ser que ela avistasse, porem tinha medo do ser humano, até mesmo dos próprios pais, que também não se importavam muito com ela, tinham mais quatro filhos para cuidar, ela era apenas mais um para sustentar.
Quando Carolina completou quinze anos, continuava tímida sem amigos, porem adoeceu de uma forma muito grave, ela que já era corcunda estava ainda mais arcada, a ponto de não agüentar mais com as próprias costas, passou a ter ficar constantemente deitada em uma cama, sempre virada de lado, sua corcunda aumentava a cada dia, e foi preciso mandar urgentemente chamar um benzedor, para benzer a menina antes dela falecer.
Mas o benzedor, embora simples era mais informado que os demais na casa de Carolina e este, se recusou a benzer a menina convencendo os pais dela, de que deveriam levá-la ao hospital e ainda se propôs a arrumar o dinheiro da condução após ver o estado da pobre garota.
Após uma longa e insistente conversa o benzedor sozinho tratou de arrumar um carro para levar a menina, que saiu de casa carregada e quase sem vida.
Ao chegar no hospital à menina quase foi impedida de entrar, nunca se tinha visto naquela cidade um caso como este, após muita insistência atenderem e logo depois veio o choque.
Quando Carolina nasceu, seu parto saiu errado a parteira não foi capaz de ver, mas ela carregava nas costas uma irmãzinha e esta não se desenvolveu e por um milagre conseguiram dar vida a menina.
Mas Carolina, esta não resistiu a cirurgia e morreu!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Um possivel roteiro para uma propaganda da Skol.


Roteiro Skol.

Dia nublado, um grupo de jovens está entediado dentro de uma casa. Um deles está à beira da janela (com grades), observando o tempo.
Então, entra na sala onde eles estão outro jovem, tipicamente o atrapalhado da turma, porém não menos bonito e aponta o dedo para o que está na janela e faz uma pergunta, em tom afirmativo.

Tá esperando o sol nascer quadrado?

O meu já nasceu redondo...

Nesse momento, todos se viram para ele e respondem;

Derrr, o sol é redon...
Antes de terminarem a frase alguém grita...
Opa! O sol é redondoooooo.

Brincando de mágica, o jovem vira-se com um óculo que contém o símbolo da Skol, e com uma garrafa da cerveja na mão e, então, diz:

Mas o meu é mais ainda!

Todos correm até ele pegam seus óculos, que estão no braço do jovem, seguem em direção à piscina, jogam-se dentro da água, e então vem o sol, através do símbolo da Skol.







O dia pode estar chuvoso, ruim mesmo, o sol da Skol continuará redondoooo.

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Não sigo rótulos e não tenho clichês, sou menina meio moleca, forte, sarcástica e com um lado meio poeta.