terça-feira, 20 de setembro de 2011

A simples chance

A vida sempre nos dá uma nova chance de recomeçar
Prova mais obvia desse acontecer
é simples fato de o dia amanhecer...

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Possiveis Roteiros para Brastemp

Roteiro II
Roteiro Brastemp:

Uma moça, (Tipicamente fofoqueira) entra na sala do chefe e falando baixo diz;

Doutor a Carol trouxe a máquina de lavar roupas pra empresa, um absurdo!
Sem dizer nada, o chefe sai furioso e vai até a sala da outra jovem, a vê com uma Brastemp ligada do seu lado.
Volta até a sala da fofoqueira e diz;
Você tá demitida.
Doutor... Mais por quê?
Você não disse que era uma Brastemp.
Então com cara de decepcionada a fofoqueira diz baixinho;
Ai meu DEUS, por que eu não vi antes, era uma Brastemp.





Rute Oliveira
30-03-2011

Possiveis Roteiros para Brastemp

Roteiro I
Roteiro Brastemp:

Uma jovem executiva entra na sala de seu chefe e diz;
Doutor eu trouxe minha máquina de lavar roupas por falta de tempo, sabe como é né!
Mais isto aqui é um ambiente executivo não doméstico.
Doutor, mas é uma Brastemp.
Pausa.
Cara de espanto do chefe.
No outro dia o chefe chega à sala da jovem e diz;
Por falta de tempo minha esposa não consegue mais lavar roupa em casa. Sabe como é né!
Ambos falam juntos.
É UMA BRASTEMP.

Rute Oliveira
30-03-2011

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O medo.


O medo assustou-me;
Quando me fez descobrir
O mais obscuro dos segredos.
Tive medo de desvendar;
Senti-me reprimida
Perante a arte de poder voar.
Amedrontada como uma
Adolescente e,
Ingênua como uma
Criança.
Fui aos poucos pra não me
Machucar
Já tinha me livrado da loucura
Da paixão
E ainda sentia um medo
Pra matar
Vi-me totalmente
Perdida
Quando descobri que
O segredo que me amedronta
É o doce medo
De Amar...


Rute Oliveira

domingo, 27 de março de 2011

A libertação da mariposa



A cidade estava vazia, silenciosa quando eu decidi andar pela avenida iluminada, e sombria.
Com o coração cheio de tristezas segui rumo ao nada, tendo em vista apenas a calçada.
Entre vitrines e vitrines uma me chamou a atenção, nesta tinha uma mariposa que parecia estar ali para enfeitar. Até então nunca tinha visto bijuterias que tem como tema este inseto.
Parei e observei cada detalhe, desde os seus olhos até sua calda, mas a perfeição de detalhes me chamou atenção de um modo diferente, perfeição demais para ser feito pela mão do homem.
Bati no vidro e nada aconteceu, pensei ser inocência da minha parte crer que a mariposa da vitrine era de verdade. Mesmo assim tornei a bater, tinha a impressão de que seus pequenos chifrinhos moveram-se, porem sua calda continuava imóvel, acreditei por um momento que ela estava presa na vitrine, bati, embacei o vidro e nada. Logo
Percebi que as poucas pessoas que por ali passavam me olhavam com estranhamento, resolvi ir embora, mas após ter andado um pouco não agüentei e voltei.
Frente à mariposa eu fiquei (Ela tinha lindos olhos) bati com muita força no vidro, e vi que pela primeira vez suas patinhas ganharam movimento, ela tentou com uma patinha me pegar. Bati mais forte e ela conseguiu mais uma patinha soltar.
Impulsionada pelo resultado tornei a bater, então ela se libertou da vitrine.
Ela estava aparentemente tão abatida que meu coração se abateu, não agüentando a emoção comecei a chorar, libertei da solidão um bichinho que estava condenado a morrer e não a enfeitar.



Rute Oliveira.

terça-feira, 22 de março de 2011

A vida da Corcunda.


Carolina sempre foi uma criança diferente, não apenas pelo fato de ter uma corcunda, mas por que sempre preferiu estar só, passava a maior parte do seu tempo, conversando com os animais e evitando todas as pessoas que tentavam se aproximar dela.
Nascera no sitio, sobre os cuidados de uma parteira, e seus pais nunca tiveram condições de levá-la a um médico, para consultar suas costas.
Era um sacrifício para a menina conviver com aquilo, dormia de lado para não machucar, quando teve que ir a escola, o sofrimento aumentou ainda mais, por que foi deixada de lado por todos até mesmo a professora a rejeitava, ela era de fato uma criança desprovida de beleza, com olhos castanhos que brilhavam fortemente, mas que se comparado a sua corcunda tornava-se opaco.
Ela se dedicava aos estudos, sentava-se na ultima carteira, e quando todos saiam para o recreio continuava na sala a estudar.
Não apenas seus olhos brilhavam, mas no coração simples uma sombra de esperança queria ver o sol a todo custo, cresceu e passou a ter livros e cadernos como companheiros fieis, contava versos e poemas, para as galinhas vacas, e todo ser que ela avistasse, porem tinha medo do ser humano, até mesmo dos próprios pais, que também não se importavam muito com ela, tinham mais quatro filhos para cuidar, ela era apenas mais um para sustentar.
Quando Carolina completou quinze anos, continuava tímida sem amigos, porem adoeceu de uma forma muito grave, ela que já era corcunda estava ainda mais arcada, a ponto de não agüentar mais com as próprias costas, passou a ter ficar constantemente deitada em uma cama, sempre virada de lado, sua corcunda aumentava a cada dia, e foi preciso mandar urgentemente chamar um benzedor, para benzer a menina antes dela falecer.
Mas o benzedor, embora simples era mais informado que os demais na casa de Carolina e este, se recusou a benzer a menina convencendo os pais dela, de que deveriam levá-la ao hospital e ainda se propôs a arrumar o dinheiro da condução após ver o estado da pobre garota.
Após uma longa e insistente conversa o benzedor sozinho tratou de arrumar um carro para levar a menina, que saiu de casa carregada e quase sem vida.
Ao chegar no hospital à menina quase foi impedida de entrar, nunca se tinha visto naquela cidade um caso como este, após muita insistência atenderem e logo depois veio o choque.
Quando Carolina nasceu, seu parto saiu errado a parteira não foi capaz de ver, mas ela carregava nas costas uma irmãzinha e esta não se desenvolveu e por um milagre conseguiram dar vida a menina.
Mas Carolina, esta não resistiu a cirurgia e morreu!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Um possivel roteiro para uma propaganda da Skol.


Roteiro Skol.

Dia nublado, um grupo de jovens está entediado dentro de uma casa. Um deles está à beira da janela (com grades), observando o tempo.
Então, entra na sala onde eles estão outro jovem, tipicamente o atrapalhado da turma, porém não menos bonito e aponta o dedo para o que está na janela e faz uma pergunta, em tom afirmativo.

Tá esperando o sol nascer quadrado?

O meu já nasceu redondo...

Nesse momento, todos se viram para ele e respondem;

Derrr, o sol é redon...
Antes de terminarem a frase alguém grita...
Opa! O sol é redondoooooo.

Brincando de mágica, o jovem vira-se com um óculo que contém o símbolo da Skol, e com uma garrafa da cerveja na mão e, então, diz:

Mas o meu é mais ainda!

Todos correm até ele pegam seus óculos, que estão no braço do jovem, seguem em direção à piscina, jogam-se dentro da água, e então vem o sol, através do símbolo da Skol.







O dia pode estar chuvoso, ruim mesmo, o sol da Skol continuará redondoooo.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A mensageira da morte.



Ela andava perdida, como se não fizesse parte do mundo que a concebeu.
Angelina era um ser entre tantos outros, mas que desde muito pequena teve um sentido apurado para a morte. Conversava frequentemente com as flores, e para quem não acredita, elas lhe contavam os mais temerosos segredos da terra. Angelina teve seu primeiro encontro com a morte aos sete anos de idade, quando viu uma flor lilás diferente que lhe prendeu a atenção. Aproximou-se, ficou na sua frente e ali ela permaneceu longos minutos em silêncio, logo depois foi ter com sua vó.
Vovó! Pede pra tia Ana não sair de casa hoje, eu a vi morrendo, uma coisa estranha veio e disse que era morte, então eu pude vê-la morrer.
Acalme-se querida! Foi só um pressentimento bobo de criança, tia Ana já é adulta sabe se cuidar sozinha.
Não Vovó não, eu não sei explicar, mas acreditar em mim!
Não foi dado ouvidos, e sua tia Ana faleceu minutos após ser dado o aviso, num acidente trágico ainda na esquina de sua avó. Mas para dona Holanda a avó de Angelina o acontecido em nada tinha haver com o pressentimento da menina, fora uma simples coincidência, mas crianças têm dessas coisas mesmo.
E assim a menina continuava a ter encontro com a morte as escondidas, ela encontrava a morte quando chegava perto de alguma flor, sentia as dores de um mundo perdido, comtemplava de forma pavorosa a morte de muitos, que mesmo a distancia estavam diante de seus olhos.
Certa vez ela e sua família estavam a caminho de uma cidade do interior, ela estava radiante e os pais também, mas com um mal estar a menina pediu para que os pais parassem o carro, precisava fazer uma necessidade fisiológica, assim que o carro parou no acostamento ela foi em direção a um cantinho onde ninguém pudesse vê-la, mas na sua frente ironicamente estava uma florzinha do campo, fingindo estar fazendo as necessidades a menina permaneceu na frente daquela flor chorando muito . A morte viera outra vez lhe dar uma noticia desagradável.
Assim que entrou no carro pediu para que os pais voltassem para casa, ou mudassem de direção, tentou lembra-los da morte da Tia Ana, mas assim como em tal acontecimento não foi dado ouvidos á ela. E então Angelina teve que contemplar a morte sentada ao seu lado, através de olhares tentou manter um dialogo com ela, pedido para que a levasse, mas deixasse seus pais, ela não suportaria se eles partissem. A tentativa foi fracassada.
Minutos depois ela viu seu pai perder a direção, e o carro onde estavam caiu na ribanceira, ainda teve o desgosto de ver a morte os empurrando enquanto eles giravam até caírem no abismo.
Assim que o carro parou de girar, ela pode tocar o rosto do pai que estava desfigurado por um caco de vidro que tinha lhe atingido, a sua mãe mesmo estando ensanguentada parecia dormir, Angelina os beijou muito pela ultima vez, enquanto isso a morte se fazia generosa com um olhar de tristeza, mas logo depois fugiu covardemente carregando no colo a alma de seus pais, Angelina os viu partindo em direção ao nada.
Dessa vez sua vó não a poupou, acreditando que a menina foi de alguma forma a responsável pela morte de sua filha e de seu genro, para ela não havia outra explicação para o acontecido, a menina não tinha sofrido nem sequer um arranhão enquanto que os outros estavam mortos, e com isso a menina já tinha destino certo, um orfanato!
Ainda com dor pelo luto, arrumou as roupinhas de Angelina, e deixou tudo certo para que assim que acabasse o velório a menina fosse embora com uma assistente social.
Na sala de velório a menina foi tida com fria por não derramar sequer uma lágrima, mas ninguém ali era capaz de entender o que sentia a não ser a morte que esteve presente o tempo todo na sua frente, Angelina estava sentada no entre os caixões dos pais, e sempre observando sua companheira indesejada, e sendo observada por todos os outros presentes, que estavam inconformados com o fato da menina estar intacta após um acidente tão grave.
Ela sabia que dentro dos caixões continha somente a matéria a alma de seus pais já não estava mais lá.
Assim que o dia amanheceu os caixões foram fechados e levados em direção ao cemitério, Angelina esquivava-se de todos que dela tentavam se aproximar, preferia naquele momento estar acompanhada apenas da matéria de seus pais pela ultima vez, mas a morte lhe reservou uma surpresa, quando estavam no corredor do cemitério, seus pais apareceram puxados pela morte um de cada lado bem na sua frente, a menina derramou lágrimas pela primeira vez saiu correndo e abraçou os pais caindo no chão bem em frente aos dois caixões, ninguém entendeu o porquê daquela cena, a menina jogara-se no chão feito uma louca. Alguém a levantou e quando ela olhou pra cima, a morte já estava sozinha outra vez.
E foi assim acompanhada da morte que a menina jogou os últimos punhados de terra no tumulo dos pais. Quando todos saíram do cemitério sua vó a entregou para a assistente, que estava a sua espera, sem entender por que a menina correndo em direção a dona Holanda e lhe roubou um abraço pelas costas, foi chutada como um cachorrinho e como tal foi acolhida no carro, levando a morte do seu lado.
Assim que chegou a frente ao orfanato recusou-se a entrar, tentaram puxá-la pelo braço, mas ela conseguiu fugir e assim que estava na esquina viu alguém morrendo a morte estava segurando o jovem pelas costas, mas virou-se para ela e sorriu. Após isto a menina voltou correndo de volta ao orfanato.
Mas a partir deste dia a menina transformou-se, falava cada vez menos com as pessoas, mas matinha contato direto com a morte que lhe roubou as noites. A menina passava as noites acordada e durante o dia dormia entre as flores, com quem conversava diariamente.
Em um dia nublado ela se desfez da rotina e deixou de ir ao jardim e foi em direção a cozinha, antes de chegar lá viu a morte fazer zig e zag por entre os corredores. Ao chegar na porta ficou observando a cozinheira durante um tempo e assim que ela prestou a atenção a menina perguntou se ela tinha filhos, a cozinheira respondeu que sim! Então Angelina pediu a ela para que não deixasse o menino sair de casa naquele dia, após ter dito isso foi para o quarto.
Mesmo a cozinheira tendo achado estranho a atitude da menina ligou para o filho e pediu para que ele não fosse jogar futebol naquela tarde. Enquanto Angelina estava no quarto pode ver quando a morte veio furiosa em sua direção, ela esquivou-se e cobriu a cabeça em silêncio, mas com a respiração ofegante, logo a assistente social entrou no quarto e foi lhe acalmar, nos quatro dias que se sucederam a morte não foi mais lhe fazer visitas.
Angelina teve uma noite tranquila naquele dia, e quando amanheceu a cozinheira veio chorando e lhe abraçou, e contou que o carro onde seu filho poderia estar capotou e todos os ocupantes faleceram, seu filho seria uma mais uma vitima se a menina não estivesse lhe alertado. Ela só podia ser um anjo!
Depois que seus pais morreram Angelina nunca mais tinha recebido um carinho fraternal, entregou-se ao colo da cozinheira e a partir deste dia começou a fazer visitas frequentes a cozinha.
Mas em dia de bastante sol, a menina resolveu ir ao jardim, teve um pesadelo a noite e precisava ver as flores, foi quando ela levou um susto, viu a morte em cima do telhado do orfanato, saiu correndo foi em direção a cozinha e sem dizer uma palavra sequer abraçou a cozinheira desatando a chorar, para acolhê-la a cozinheira esqueceu o bujão de gás ligado, logo ele que estava do lado de fora explodiu, começando o incêndio, todos saíram correndo a cozinheira tentou puxar Angelina, mas ela recusou-se a ir porem gritava muito para que a cozinheira fosse, pedia para que todos corressem, ela teria que ficar.
Nesse instante viu os pais virem em sua direção em meio às labaredas. Sentiu a morte lhe abraçando, sabia que devia entregar-se, só assim deixaria de ser perseguida, entregando-se a morte salvaria a vida das almas inocentes do orfanato.
A morte tem enigmas!
Angelina morreu em meio às chamas, mas seu corpo permaneceu intacto como de uma boneca de porcelana, um enigma para a ciência tentar desvendar!











Rute Oliveira.
14 de fevereiro de 2011.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Um anjo perdido.


Carolina sempre sentira dores fortes nas costas, sofria muito com isso, era corcunda, sua mãe sofria tanto ou, mais que ela, por não poder sentir no próprio corpo as dores da filha e por ver que a vida inteira a pobre criança foi rejeitada por quase todos de quem tentou se aproximar e ela, nunca pode fazer muita coisa, até a própria irmã a rejeitava.
Carolina agora estava com quinze anos, e sua irmã Jéssica com treze ambas começando viver a adolescência, ela vivia pelos cantos a observar a irmã e, quando esta não estava por perto pegava suas blusinhas e experimentava, nunca virada de lado para o espelho, mas se contemplava, pegava apenas para matar o desejo de poder colocar uma blusinha apertada.
Estava na escola quando sentiu uma dor terrível nas costas, como se tivessem lhe arrancando algo, quando um colega de classe gritou!
Caiu uma pena da Carolina, alem de corcunda é também uma galinha!
E assim começaram os risos por conta da pena encontrada no chão ao seu lado, embora já estivesse acostumada com a rejeição doía muito aquela situação e por algum motivo agora as suas costas também estavam doendo muito como nunca doera antes.
Quando estava voltando pra casa, próximo a uma pista de skate, sentiu que algo estava rasgando a camiseta, saiu correndo e foi para a pista, começou a gemer de dor, suas costas estavam rebentando seu corpo, ela pode perceber gostas de sangue, jogou-se no chão e lá ficou, sentindo a metamorfose que lhe ocorria.
Ela sempre sonhou em fugir do mundo que lhe cercava, não queria deixar a mãe, mas não agüentava tanta rejeição agora percebia que sempre fora um anjo, que sua espessura horrorosa, era na verdade a coisa mais preciosa que um ser humano pode querer, e ela era a privilegiada, e isto lhe serviu como calmante para que a dor cessasse.
As horas se passaram e sua mãe notou que a menina nunca chegava, justo Carolina que não se atrasava nunca, com certeza algo lhe aconteceu na escola e lá foi ela, ter com os professores, e quando estava próxima a pista ouviu gemidos, cautelosa foi ver o que era, quando observou a filha caída no chão com as costas sangrando, foi socorrê-la, mas nesse instante as asas se abriram à mãe recuou, e Carolina.
Carolina até tentou dizer algo, mas as lágrimas diziam por si só, e assim quando as asas se abriram ela foi puxada para o céu, sem direito a despedidas formais, era chegada a sua hora de partir.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Cronica Parte II

Dona Ofray.

Vou á São Paulo com frêquencia, sempre a negócios. E desta vez fui a capital no sábado, ás vésperas da parada gay, eu sabia que não seria fácil cruzar a cidade, mas, eu tinha que resolver negócios na segunda, então naquele momento cogita outro dia seria impossivel.
Eu também pensei em participar do movimento seria minha estréia nesse tipo de movimento, cheguei no hotel descansei e no outro dia cedo já me arrumei para sair pela Paulista.
Tinha muita gente, eu me senti meio perdida em meio a multidão, quando uma pessoa me chamou a atenção. Observei com cuidado, para não me equivocar. Não acreditei muito em meus olhos, mas era ela.
Era a velhinha motorista!
Não sei naquele momento ela lembrou de mim, só sei que começou a rir enquanto eu a encarava seriamente. Fui ter com ela, para tirar satisfação sobre o episódio passado em que ela deu um mau exemplo na rodovia.
Gritei mas de nada adiantou, me aproximei e a peguei pelo braço, logo percebi que ela tinha duas tatuagens bem coloridas, pasmei!
Nesse momento ela saiu pulando no meio da multidão, logo a avistei com um copo de bebida na mão, não podia ser alcoólica ela tinha idade para estar tomando remédio.
Fui mais uma vez tentar ter com ela, eu já estava muito cansada de persegui-la, quando enfim ela parou em um bar, para comprar cerveja, pensei “o mundo ta perdido", mas fui ter com ela.

Olá.
Olá queridinha, como vai? Quer uma cerveja pra refrescar?
Não, não, obrigada!
Senhora! Desculpe o incomodo, mas posso lhe fazer uma pergunta?
Claro! Mas senhora ta no céu, florzinha.
Sim sim, claro!
Quantos anos a senho... Digo, você tem?
Que lhe importa benzinho o dia em que eu nasci? O dia em que renasci foi em 21 de dezembro de 85, consegue calcular minha idade não é?
Sim sim, claro!
Aquele ali é meu filhote.
Levei mais um susto, e ela cochichou no meu ouvido.
Na verdade ele é uma mocinha, mas fala baixo ele pode ficar deprimido.
Sim sim, claro!
Você tem belas tatuagens, disse a ela.
Ah! Você ainda não viu as outras, e me mostrou a tatuagem enorme que tinha nas costas e ainda a que tinha feito recentemente na panturrilha.
Meu DEUS que susto, digo... Que belas, mui belas.
Queridinha o papo esta bom, mas tenho que ir pular mais um pouco por que a noite vou cair na balada, quer ir conosco?
Sim sim, claro!
Seu filho ou filha veio em nossa direção, me comprimentou.
Aí dei um jeito e perguntei baixinho, sua mãe me chamou pra ir a balada, mas isso não é perigoso pra idade dela?
Que é isso florzinha, ela ta acostumada, na verdade ela é minha mãe dois, já que minha mãe numero um, não aceitou minha opção, minha vó achou o máximo e caímos no mundo entende?
Sim sim, claro!
Eu praticamente só esboçava essa reação de espanto, sim sim claro!
O que vocês dois estão conversando meus anjinhos?
Sobre a balada mamãe.
Ah, e decidiram algum lugar bacana para irmos?~
Não! O que sugere mamãe?
Um barzinho alternativo.
Adorooooroo mamãe, boa pedida.
Sim sim, claro eu topo!
Estou hospedada em um hotel e vocês são daqui mesmo?
Não, não interior.
Velhinha safada, não me reconheceu.
E voltam como para o interior?
Carro né, florzinha!
Sim sim claro.
Como a senho... Você chama.
Ofray... Como? Ofray!
Ah sim sim, claro Ofray!
Prazer Fabiana.

Fui embora pensando (À noite pego essa velhinha) Ah se pego!
Combinamos de nos encontrar as 20:00 e lá fui eu. Mas ao chegar no barzinho combinado não tinha ninguém, eu me atrasei de propósito, mas dona Ofray nem tinha chegado ainda.
Pra falar bem a verdade nem gosto muito de cerveja, mas como vi que ela gostava pedi uma trincando de gelada, para esperá-la, quando avistei um lindo rapaz, aparência jovial vinha em minha direção. Pensei Oh belezinha, assim que eu gosto.
Alisei os cabelos e o flertei como quem nada quer, e ele se assentou ao meu lado, e foi logo perguntando Fabiana?
Oh! Sim sim, eu mesma, pois não?
A Ofray mandou lhe avisar que teve que se atrasar um pouquinho, por conta de Katy, coisa de mulher você deve entender por que eu memo num entendo mais a Ofray e a Katy são cheia dessas frescuras nem recramo senão já viu né?
Ah sim! Mas ela é sua mãe?
Oh moça você acha memo que eu vô chama minha mãe pelo nome. Ofray é minha namorada.
Ah sim sim, claro! Namorada, como eu não pensei nisso.
Até tentei manter um diálogo, mas coitado era BB, não porque era jovem e sim, por ser bonito e burro mesmo, mas enfim o que importa é a felicidade dane-se se ele tinha vinte e cinco anos (25) parecia feliz.
Depois de passados trinta minutos eis que dona Ofray chega, toda sorridente.
Oi queridinha! Demorei muito?
Não, imagina, sente-se, por favor, Ofray.
Oi meu amor, disse ao moço, e lascou-lhe um beijo, beijo de língua na minha frente, normal né, ele tinha só uns 75 ou 80 anos imagino eu!

Logo pediu...
Uma loira gelada, por favor!
Tentei manter outro dialogo com ela.
Dona Ofray.
Queridinha já disse, senhora não pq ela ta no céu, e dona também não porque eu não mando em você.
Desculpe-me, mas o que você faz da vida.
Olha meu benzinho, não tenho vergonha de dizer sou aposentada, prestei serviços ao governo e agora ele me paga e eu me divirto há!
Tive cinco filhos, casaram fiquei sozinha? Não, Katy veio morar comigo, logo percebi que era diferente, e a transformei em uma bonequinha pra me fazer companhia e olha só que linda mocinha ela deu!

O quê? Eu não tava ouvindo aquilo, não era possível e ela continuou a falar.
Pois é queridinha, a transformei nessa gatinha né meu amor, Katy se encolheu como quem concorda.
Ela é uma graça mesmo!
E a senhora, digo você, tem um nome muito chique, Ofray gostei do nome!
Jorginho tape os ouvidos agora!
Sim, vou tapar!
Disse o tapado, e tapou mesmo!
Na verdade meu nome é Ofrázia, o nome ridículo, mas desde que vi aquela tal de Opray da televisão dos gringos me inspirei agora só me apresento como Ofray, até tentei mudar, mas no cartório ninguém deixou, a ignorância brasileira viu, ninguém tem classe.
Lá no interior tenho uma fazenda, fui contratar uns peões, conheci Jorginho que se apaixonou por mim, dei uma chance ao rapaz, faze o que né todo mundo tem direito a felicidade, mas ele é um ciúme só.

Eu me dava ao direito de ficar boquiaberta.

Minhas amigas e meus filhos nem gostam dele, eu acho ótimo, embora não tenha ciúmes também não tenho concorrência.
Fiz umas tatus, coloquei pircieng, fiquei sabendo que colocar lá, sabe lá, tava na moda e coloquei, e ele gosta né Jorginho, Jorginho pode destapar os ouvidos agora.
Jorginho balançava a cabeça e ria.
Risos da minha e da parte dela também.

Poxa Ofray, você é pra frente né, gostei disso, mas não sei se você lembra, mas á alguns meses atrás te encontrei na rodovia, e você quase quebrou meu dente com uma laranja lembra?
Ela riu tanto que fiquei sem graça e sem reação.

Você comprou a carta florzinha, comprou?
Katy meu amor, Katylaine preste atenção mamãe esta falando com você!
Sim sim, mamãe!
Ela é a barbeira da rodovia lembra?
Katy riu exageradamente e perguntou.

É você, ah comprou a carta?
Olha, minha senhora! Eu desisto, esperava que no mínimo tivesse se arrependido e, no entanto se diverte com a situação, com licença!
Oh meu amorzinho acalme-se, sente-se.
Jorginho só ria, coitado!
Você ficou com medo foi?
Não foi medo, foi preocupação, estávamos na rodovia.
Ah eu tenho experiência, já você parece ter comprado a carta.Mas queridinha isso é passado, esqueça e jogue-se na vida.
Vamos para a balada, topa?
Não, obrigado! Estou cansada vou para o hotel!
E energético serve pra que?
Pela primeira vez vi aquilo como um desafio se ela podia por que eu não! Tomei energético e fui com eles.
Oh que arrependimento, ela estava com as costas de fora, salto alto meia calça e shortinho, Katy estava idêntica.
Dentro da balada as duas dançavam e Jorginho segurava, ou pelo menos tentava.
Beijou uns três garotões e Jorginho ria.
Eu onde estava? Sentada em uma poltrona observando, morrendo de inveja, mas eu tava na balada, as quatro da manhã, ela resolveu sair.
Eu ia junto quando avistei os três, Katy, Jorginho e Ofray acompanhado de amigos, o difícil é descrever quem são, um monte de jovens bêbados, homens e mulheres malucos, e dona Ofray junto!
Amanhã ligo pra saber como estão.
Mas pensei, pra quem está na terceira idade, ela dá um show, ou melhor, um espetáculo!
Opray que se cuide por que Ofray vem aí.


Rute Oliveira.
Assis 03 de janeiro 2011

Cronica. Parte I


A jovem motorista.

Eu estava voltando de São Paulo, em direção ao interior pela rodovia Castelo Branco, aproximadamente no quilometro trezentos e quarenta e três quando uma camionete esquisita avistei.
A camionete dançava na pista, fazia zig_zag sem parar, para suas rodas, as curvas mais pareciam labirintos.
O movimento na rodovia estava muito tranqüilo, o que raramente acontece na Castelo. Talvez por isso, a engraçadinha da camionete estava se engraçando, e parecia ser pra mim.
Depois de ficar um tempo observando, achei que estava na hora de tomar uma atitude, antes que aquela brincadeira se tornasse uma tragédia.
O mais bizarro disso tudo, foi que eu não pensei que alguém estava na direção do carro, eu juro! Não tinha me tocado que a camionete não poderia andar sozinha, era óbvio que alguém a dirigia.
Como num súbito, me toquei, foi aí então que eu acelerei, precisava de qualquer maneira aquele carro maluco alcançar, embora imaginasse que pelas atitudes deveria ser mais um jovem entre tantos que acham que velocidade e direção combinam, sem pensar nas conseqüências.
Quando acelerei, percebi que o carro acelerou ainda mais, eram dois carros a 160 quilômetros por hora, um perigo. Então pensei; Meu DEUS eu preciso parar! Mas não podia fazer isto sem que ela parasse de correr também. Começamos a dançar, e o pior o motorista estava se divertindo com a situação, enquanto que pra mim, aquilo tudo era o cumulo da irresponsabilidade.
Logo começamos a dançar pela rodovia juntos, a camionete estava carregada de laranjas, que logo começaram a despencar, uma por uma, na minha direção, era perigoso eu bem que sabia, mas mesmo assim fiquei viajando também em pensamentos com o que via, sincronia perfeita, digna de uma bela foto, mas não tinha tempo pra pegar a câmera e já tava perdendo tempo demais pensando em coisa boba como esta.
Decidi acelerar de verdade, logo cheguei á 180 quilômetros, alcancei, senti-me invencível, mas assim que observei a camionete me senti derrotada, de 180 fui a 60 num súbito pasmei, no volante estava uma senhora de aproximadamente uns 80 anos sem exageros, ela parecia um adolescente nas atitudes e um maracujá murcho na aparência, com isso me choquei. Mas eu não podia poupá-la só pela idade que aparentava ter, era necessário que ela parasse de correr, logo recuperei o fôlego.
Mas a velhinha era audaciosa e nem um pouco medrosa, logo que percebeu minha aproximação, tacou uma laranja dentro do meu carro, pois o vidro estava aberto, alem de ser irresponsável, idosa, ela era boa de mira, deve ter deixado no mínimo meu dente molengo, eu sou jovem, mas não tenho a experiência que ela tinha não, até tentei. Eu revidei, boa mira a minha! Mal acertou o vidro, motivo de sarro para a velhinha. Não tinha alternativa senão lutar contra o vento e gritar, eu gritei muito, até quase ficar rouca enquanto a velha filha do chapéu ria da minha cara. Eu já estava no auge da minha raiva enquanto ela se divertia comigo.
Quando eu fui cometer uma besteira e jogar o carro em cima dela, ela jogou primeiro só que em uma curva, a velhinha se foi em outra direção, eu quase fui atrás dela, como pode provocar e ainda sair vencida.
Ah! Fiquei pinicando de raiva, mas ao menos uma praga lhe roguei.
Tomara que essa velha perca a dentadura no vento, pra não tirar sarro mais da cara dos outros.
Do jeito que a velha era jovenzinha não duvido nada que não possa ser até mesmo os seus dentes de leite.



Rute Oliveira.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Esconde-esconde com as palavras.


Às vezes brinco de esconde-esconde com as palavras.
Elas se escondem, eu corro atrás e as encontro!
Às vezes as encontro em lugares inusitados;
No meu quarto, atrás de um móvel qualquer.
Em outras, é tão difícil encontrá-las.
Que passo o dia inteiro procurando.
E sabes que tem dias...
Em que as palavras se escondem tão bem;
Que mesmo que eu passe o dia inteiro correndo atrás
Eu não as vejo.
Quando as tenho em mãos, algumas vezes dou-lhes bronca.
Não me deram escolha pra ser outra coisa.
E agora, elas querem fugir ao invés de me sustentar.

Tem dias que delas me canso
E as abandono.
E as maldosas vêm me procurar.
Mas já me decidi.
Fiz um contrato intimo com as palavras.
Este contrato não há como rasgar.
Á partir de agora
Elas têm o dever de me fazer viver
E a mim, cabe o dever de apenas as amar.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A felicidade me perde e me encontra...


São páginas e páginas em branco;
Não consigo preenchê-las.
São linhas e linhas,
Que embaraçam minha visão.
E aqui comigo tem um coração
Querendo sair do peito,
Sinto-me tão feliz por nada,
Que aos outros disfarço e fico sem jeito.
Engraçado, eu sei o que dizer.
Mas minha mão parece temer a caneta.
O que está em meu coração,
Passa para a mente e ela,
Não devolve a minha mão.
Estou perdida e feliz!
Serio! Eu estou perdida mais feliz.
Tão feliz, que não sei o que com a felicidade fazer.
Se pelo mundo nesse instante eu decidi vagar.
As borbulhas de felicidade vão me guiar.
Não acredito em amor. Mas vou me contradizer,
Se um amor pelo caminho eu encontrar!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Desabafo...


No meu coração tem uma nuvem de desesperança.
As lágrimas não saem pra fora e me sufocam por dentro.
Eu queria fugir do mundo, sair de mim por um momento!
Ninguém vai ouvir um desabafo doentio;
De um coração que de tanto sonhar ficou vazio.
Mas se eu não contar em palavras, a dor á de me sufocar.
Não gosto e não cultuo a tristeza.
Mas não posso chorar.
Minha garganta não liberta minha voz;
Pra que eu possa gritar.

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Não sigo rótulos e não tenho clichês, sou menina meio moleca, forte, sarcástica e com um lado meio poeta.