sábado, 25 de agosto de 2012

O roubo da alma

O menino olhava fixamente para o nada, deitado ao chão, chupando o pequeno dedo, sugava toda minha energia, embora seus pequenos olhos vagassem a expressão que carregava no sua pequena e doce face, era de um ser feliz. E se, de um lado a nostalgia de um belo dia de sol pairava junto a alguns mendigos, do outro lado o mundo girava, as pessoas andavam depressa, os carros rodavam sem parar, e ao centro estava eu, sentada ao lado se monumento envolto á águas que aparentavam estar imundas, não cheiravam bem, mas mesmo desprezando aquele local permaneci sentada, até que um mendigo aproximou-se de mim, e sem dizer nada se inclinou e começou a beber a água, a mesma água que eu á pouco desprezava há instantes, um segundo tapa na face. O menino já mudara de posição, era negro, mas não havia diferença entre seus olhos e os meus, a direção para onde estavam é que mudava seus pais provavelmente estavam deitados no chão ao seu lado, envolto a cobertor vermelho imundo, embalados por um sono profundo. E ali em meio á dois mundos estava eu, em meio á dois mundos distintos, já não havia mais um eu interno, não conseguia mais me recompor. O menino agora voltava a chupar o dedo agora havia fechado os olhos, aconchegando sua pequena cabeça num chinelo havaiano, e as pombas ao seu derredor voavam sem parar. Senti meu coração bater novamente lentamente, num suspiro fui de encontro ao sono da criança, e quando de súbito as pombas voaram pra longe em bando, voavam para longe dali, senti que estava na hora de partir, olhei o menino pela ultima vez, os passos que se seguiram após a minha saída era eternos, e eram passos vagos, meu corpo foi só, minha alma estava em pé ao lado do menino, e quando levei minha alma para meu corpo novamente, ela tornou a fugir de mim. A partir de então nunca mais consegui prende-la dentro de mim, até hoje ela busca o doce menino negro, que congelou minha alma para si, e fiz de seus olhos minha segunda moradia.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Tatuagens Malditas

O período da ditadura militar no Brasil foi uma época de grandes represálias para o país inteiro, mas foi especialmente nas grandes capitais como São Paulo que a luta contra o regime militar se estabeleceu. Nesse período o numero de exilados políticos aumentou e muitas pessoas desapareceram. No centro de São Paulo muito casarões eram usados como depósitos de presos políticos que após serem torturados pelo regime militar, eram jogados no local, muitos acabavam cegos, outros ficavam gravemente doentes e depois entregues as famílias, alguns devolvidos quando já estavam loucos, após tanto sofrimento. Dentre os vários casarões um se destacava, ficava localizado em uma rua bem no centro da metrópole, era um verdadeiro depósito de seres humanos, eram jogados após as torturas , e no local permaneciam, muitos até a morte, e os vivos misturavam-se com os corpos mortos. O banho era coletivo e a comida também, isso quando lembravam de de levar comidas no local, ninguém se atrevia a chegar muito perto, o que já haviam perdido os juízo andavam nus e tentavam pular os muros para atacar os passantes. O numero de cadáveres aumentava constantemente, um caminhão da defesa civil comparecia até o local para retira-los, depois eram jogados em valas como indigentes. A situação permaneceu durante anos e com o fim da ditadura, os que sobreviveram foram levados para hospitais, outros para hospícios e muitos suicidaram-se, por não conseguirem recuperar-se das humilhações que haviam passado. O casarão tornou-se um local abandonado, algumas pessoas relatavam que escutavam vozes, gritos quando passavam pelo local, a noite ninguém se atrevia a por lá passar, o casarão era um lugar temido, até um um grupo de jovens descobrir. Como o lugar não era frequentado por ninguém e até mesmo a policia nunca aparecia por lá, resolveram utilizá-lo para que pudessem se drogar. O grupo se reunia todos os fins de semana, e decidiram marcar uma festa regada a muitas drogas sexo, e muita musica alta, no dia em que ocorreu a festa o grupo fez um pacto todos os que estavam presentes, iriam tatuar o slogan do grupo, que eles chamavam de Jaguars, que significa onça brava. Um mês depois o grupo reuniu-se no local novamente para concluir o pacto, que haviam formado, um jovm tatuava o outro, enquanto realizavam as tatuagens um deles, já tatuado começou a dançar freneticamente,e a tatuagem parecia acompanhar o a musica. O mesmo jovem começou a atacar os colegas com socos e pontapés e conforme os jovens iam sendo tatuados, aparentavam ficar atormentados e quando todos já estavam tatuados, os socos e pontapés tornaram-se coletivos, uns socando os outros, a noite foi longa e, assim que amanheceu as tatuagens estavam misteriosamente cicatrizadas, os encontros continuavam a ser semanalmente e cada vez mais agressivos, em um dos encontros um integrante foi morto, e o corpo escondido, a cada fim de semana mais jovens morriam, no entanto o grupo dos Jaguars continuava a ganhar mais adeptos, cada membro era obrigado a tatuar-se com o simbolo, ou do contrário estava fora do grupo. Até quem em um dos encontros aconteceu a tragédia que iria marcar ainda mais o casarão como um local cheio de mistérios. O grupo estava encontrando-se no local a há um ano e iriam comemorar a data, regados como sempre faziam a muitas drogas e bebidas, mas no meio da festa começaram a ouvir gritos e as tatuagens de todos começaram a sangrar, assustados começaram a beber e dançar ainda mais, até que um dos jovens alterado, deu um soco no líder, e todos os demais começaram a agradei-lo sem para, e então a guerra interna começou, das tatuagens saiam vultos, e enquanto os jovens se matavam entre si, os vultos rodeavam e gritavam, a policia foi chamada pelos vizinhos que moravam há quarterões do local, mas quando os policiais chegaram até o local as portas fecharam-se imediatamente, e uma lama de sangue se formou em volta das portas, os policiais bem que tentaram, mas não foi possível abrir as portas do casarão. Somente quando o dia amanheceu é que conseguiram entrar, e todos já estavam mortos, e também foram encontrados os corpos dos que já haviam morrido há muito tempo já deteriorados, o rosto de todos forma desfigurados, mas todas as tatuagens estavam intactas. Acredita-se até hoje que os espíritos dos que lá sofreram, se alojaram nas tatuagens, e só descansaram quando foram mortos e enterrados definitivamente. No casarão nunca mais ouviu-se gritos, e hoje em dia transformou-se em um cemitério, onde foram levados os restos mortais dos jovens, por que muitos acreditavam que ao enterra-los, também enterrariam os que haviam sofrido anteriormente no local. Rute Oliveira22/05/12

terça-feira, 20 de setembro de 2011

A simples chance

A vida sempre nos dá uma nova chance de recomeçar
Prova mais obvia desse acontecer
é simples fato de o dia amanhecer...

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Possiveis Roteiros para Brastemp

Roteiro II
Roteiro Brastemp:

Uma moça, (Tipicamente fofoqueira) entra na sala do chefe e falando baixo diz;

Doutor a Carol trouxe a máquina de lavar roupas pra empresa, um absurdo!
Sem dizer nada, o chefe sai furioso e vai até a sala da outra jovem, a vê com uma Brastemp ligada do seu lado.
Volta até a sala da fofoqueira e diz;
Você tá demitida.
Doutor... Mais por quê?
Você não disse que era uma Brastemp.
Então com cara de decepcionada a fofoqueira diz baixinho;
Ai meu DEUS, por que eu não vi antes, era uma Brastemp.





Rute Oliveira
30-03-2011

Possiveis Roteiros para Brastemp

Roteiro I
Roteiro Brastemp:

Uma jovem executiva entra na sala de seu chefe e diz;
Doutor eu trouxe minha máquina de lavar roupas por falta de tempo, sabe como é né!
Mais isto aqui é um ambiente executivo não doméstico.
Doutor, mas é uma Brastemp.
Pausa.
Cara de espanto do chefe.
No outro dia o chefe chega à sala da jovem e diz;
Por falta de tempo minha esposa não consegue mais lavar roupa em casa. Sabe como é né!
Ambos falam juntos.
É UMA BRASTEMP.

Rute Oliveira
30-03-2011

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O medo.


O medo assustou-me;
Quando me fez descobrir
O mais obscuro dos segredos.
Tive medo de desvendar;
Senti-me reprimida
Perante a arte de poder voar.
Amedrontada como uma
Adolescente e,
Ingênua como uma
Criança.
Fui aos poucos pra não me
Machucar
Já tinha me livrado da loucura
Da paixão
E ainda sentia um medo
Pra matar
Vi-me totalmente
Perdida
Quando descobri que
O segredo que me amedronta
É o doce medo
De Amar...


Rute Oliveira

domingo, 27 de março de 2011

A libertação da mariposa



A cidade estava vazia, silenciosa quando eu decidi andar pela avenida iluminada, e sombria.
Com o coração cheio de tristezas segui rumo ao nada, tendo em vista apenas a calçada.
Entre vitrines e vitrines uma me chamou a atenção, nesta tinha uma mariposa que parecia estar ali para enfeitar. Até então nunca tinha visto bijuterias que tem como tema este inseto.
Parei e observei cada detalhe, desde os seus olhos até sua calda, mas a perfeição de detalhes me chamou atenção de um modo diferente, perfeição demais para ser feito pela mão do homem.
Bati no vidro e nada aconteceu, pensei ser inocência da minha parte crer que a mariposa da vitrine era de verdade. Mesmo assim tornei a bater, tinha a impressão de que seus pequenos chifrinhos moveram-se, porem sua calda continuava imóvel, acreditei por um momento que ela estava presa na vitrine, bati, embacei o vidro e nada. Logo
Percebi que as poucas pessoas que por ali passavam me olhavam com estranhamento, resolvi ir embora, mas após ter andado um pouco não agüentei e voltei.
Frente à mariposa eu fiquei (Ela tinha lindos olhos) bati com muita força no vidro, e vi que pela primeira vez suas patinhas ganharam movimento, ela tentou com uma patinha me pegar. Bati mais forte e ela conseguiu mais uma patinha soltar.
Impulsionada pelo resultado tornei a bater, então ela se libertou da vitrine.
Ela estava aparentemente tão abatida que meu coração se abateu, não agüentando a emoção comecei a chorar, libertei da solidão um bichinho que estava condenado a morrer e não a enfeitar.



Rute Oliveira.

Seguidores

Quem sou eu

Minha foto
Não sigo rótulos e não tenho clichês, sou menina meio moleca, forte, sarcástica e com um lado meio poeta.