terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Um anjo perdido.


Carolina sempre sentira dores fortes nas costas, sofria muito com isso, era corcunda, sua mãe sofria tanto ou, mais que ela, por não poder sentir no próprio corpo as dores da filha e por ver que a vida inteira a pobre criança foi rejeitada por quase todos de quem tentou se aproximar e ela, nunca pode fazer muita coisa, até a própria irmã a rejeitava.
Carolina agora estava com quinze anos, e sua irmã Jéssica com treze ambas começando viver a adolescência, ela vivia pelos cantos a observar a irmã e, quando esta não estava por perto pegava suas blusinhas e experimentava, nunca virada de lado para o espelho, mas se contemplava, pegava apenas para matar o desejo de poder colocar uma blusinha apertada.
Estava na escola quando sentiu uma dor terrível nas costas, como se tivessem lhe arrancando algo, quando um colega de classe gritou!
Caiu uma pena da Carolina, alem de corcunda é também uma galinha!
E assim começaram os risos por conta da pena encontrada no chão ao seu lado, embora já estivesse acostumada com a rejeição doía muito aquela situação e por algum motivo agora as suas costas também estavam doendo muito como nunca doera antes.
Quando estava voltando pra casa, próximo a uma pista de skate, sentiu que algo estava rasgando a camiseta, saiu correndo e foi para a pista, começou a gemer de dor, suas costas estavam rebentando seu corpo, ela pode perceber gostas de sangue, jogou-se no chão e lá ficou, sentindo a metamorfose que lhe ocorria.
Ela sempre sonhou em fugir do mundo que lhe cercava, não queria deixar a mãe, mas não agüentava tanta rejeição agora percebia que sempre fora um anjo, que sua espessura horrorosa, era na verdade a coisa mais preciosa que um ser humano pode querer, e ela era a privilegiada, e isto lhe serviu como calmante para que a dor cessasse.
As horas se passaram e sua mãe notou que a menina nunca chegava, justo Carolina que não se atrasava nunca, com certeza algo lhe aconteceu na escola e lá foi ela, ter com os professores, e quando estava próxima a pista ouviu gemidos, cautelosa foi ver o que era, quando observou a filha caída no chão com as costas sangrando, foi socorrê-la, mas nesse instante as asas se abriram à mãe recuou, e Carolina.
Carolina até tentou dizer algo, mas as lágrimas diziam por si só, e assim quando as asas se abriram ela foi puxada para o céu, sem direito a despedidas formais, era chegada a sua hora de partir.

Um comentário:

  1. Oi lindona!
    Você pediu e cá estou!
    Lindo seu texto. Continue cultivando sua criatividade porque quando escrever passa a ser profissão ela tende a sumir um pouquinho.
    Perdoe a demora, mas foram tantos imprevistos nesses últimos meses...
    Seu blog ta lindo.. adorei o layout de café!!!

    beijo beijo! =* Da uma passadinha no meu também!

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Não sigo rótulos e não tenho clichês, sou menina meio moleca, forte, sarcástica e com um lado meio poeta.